Uma tal liberdade

De todas as formas no uso da moto ao longo da história, nada representa melhor o que se busca (ou o que se encontra) ao pilotar do que uma estrada pela frente.

Em longas retas ou trechos sinuosos, um simples bate-volta ou uma travessia continental, no verão quente e chuvoso do sudeste ou nas baixas temperaturas do seco inverno sulista, sozinho ou acompanhado, seja de Custom, Big-trail ou esportiva, via pavimentada ou não, enfim, moto combina com a paisagem, como uma pintura em movimento.

E conosco (a Rafa e eu, claro) não seria diferente. Quando o tapete de asfalto se estende, só uma coisa é certa: rotações por minuto, cavalos de potência ou pressão dos pneus se traduzem em prazer.

Mas como não quero transformar esta sequência de posts em uma lista de emoções, é preciso também ressaltar o que se passa quando se está dentro do capacete com a viseira baixada. Nem tudo é bom, nem tudo é prazeroso.

Sem querer levantar uma polêmica, porque gosto dos dois, mas comparando moto e carro seria como estar em maremoto em um barquinho de 16 pés ou sentado no sofá assistindo a uma TV 4K.

O contato que se tem com tudo ao redor em uma moto deixa o carro parecendo um leito de UTI (tá bom, eu paro com estas comparações 🤷🏼‍♂️)

As mínimas variações de temperatura são sentidas, seja do motor no meio das pernas ou ao passar por uma serra por exemplo. Cheiros que, de dentro de um carro, no ar-condicionado são impossíveis de perceber (desculpe, é mais forte do que eu! 😛 ) poluição, fogo, plantações , comidas e pastagens (e o devido esterco! 😀 )

Às vezes acho que piloto um grande ímã! Fumaça, vento, insetos, bituca de cigarro (papel e latinha também entram na conta de coisas atiradas pela janela dos carros, caminhões e ônibus), e mais uma infinidade de objetos são atraídos possivelmente pelo chassis da moto. 😝

Em outras ocasiões o trajeto mais parece uma corrida de 110m com barreiras, e temos que desviar de buracos, restos de pneus de caminhão estourados pelo caminho, pedaços de carros, animais mortos (e vivos), etc.

Por falar em animais, existe o risco de cruzar com uma variedade extensa, de acordo com a região, cachorros, galinhas, capivaras, cabras, vacas e urubus (!!!). De todas, certamente a mais improvável, um grande e gordo urubu levantando voo bem na beira da estrada e eu passando (meio rápido, é verdade), escapei por pouco de ser abatido por uma ave, hahaha!

Mas também tem a beleza das aves! Ver ao ar livre, tão perto da moto, tucanos, araras, calopsitas, garças e outras tantas, algumas em grupo e em formações dignas de quadros emoldurados. São cenas que não saem da memória e certamente estampam um sorriso de quem tem a oportunidade.

Chuva é um capítulo à parte. Há quem goste, tem quem não sai se o céu estiver mais nublado, existem os anfíbios, que se viram em qualquer condição, não digo que gosto, mas de novo, navegar é preciso, então encaro,  aquela empolgação em andar se transforma na expectativa de somente chegar ao destino são e salvo.

 

E o que dizer de poder olhar a própria sombra, sob a luz do luar no meio de uma estrada escura, iluminada apenas por olhos solitários?

 

Por fim,  a fórmula ideal: tempo bom e temperatura amena, estrada livre, integrar a paisagem e chegar em segurança em um destino!

 

✊🏻✊🏻

 

IMG_7965Bora pra estrada com o céu azul?

6 thoughts on “Uma tal liberdade

  1. Isso me lembra uma vez pela romeiros… um pobre pardal cruzando a minha frente, bateu na curva do coletor da Lander e ficou preso, só fui ver chegando em casa, o pobre coitado não aguentou, não sei se pelo calor ou mesmo pela pancada! mas momentos tristes a parte, andar de moto é bom demais!

    Liked by 1 person

Leave a comment